31 de outubro de 2011

Conservação dos Alimentos para Eqüinos

Toda vez em que se depara com um cavalo pode-se ter a falsa impressão de um animal forte, rústico e capaz de suportar vários desafios. No decorrer da história da humanidade, o cavalo sempre foi uma ferramenta importante. Assumiu diversas funções, dentre as quais inicialmente pode-se destacar sua utilização como meio de transporte e como força motriz para a agricultura. Entendendo melhor estas afirmações, o homem utilizou o cavalo para produzir alimentos, além transportá-lo entre longas jornadas. Nos tempos antigos, os cavalos costumavam viver em grupo, percorriam campos à procura de alimentos. Quando as pastagens locais se esgotavam, a tropa rumava em busca de novas planícies ou vales férteis. Leia em "Mais Informações"...

Atualmente após muitos anos de evolução de nossa espécie, os hábitos dos eqüinos mudaram muito. A própria formação das raças e o melhoramento genético dentro de cada raça, objetivando  reunir características desejáveis para que cada animal, pertencente à determinada raça, fosse capaz de exercer sua função com maior competência, como por exemplo, cavalos de corrida passaram a correr mais rápido ou por distâncias maiores. Em contrapartida, outras características genéticas desejáveis e até essenciais como resistência a infecções, rusticidade do sistema digestivo, dentre outras, foram deixadas de lado na maioria dos programas de melhoramento genético.

Isso faz com que sejam despendidos cuidados especiais com os alimentos que são oferecidos, principalmente aos cavalos de raça pura.
        Por serem herbívoros, o principal alimento sempre será o volumoso, que pode ser oferecido “in natura” ou na forma de feno. Este último, como é de domínio de todos, é o capim verde desidratado. O processo de fenação exige cuidados especiais e um dos principais é saber o ponto certo de desidratação. Durante a época das águas o capim pode ser fenado com excesso de umidade, predispondo-o ao desenvolvimento de fungos.

A ração e produzida a partir de grãos. Por esse motivo, é também denominado alimentos concentrados, cuja função é fornecer todos os nutrientes que não estão presentes no capim. Hoje existem no mercado rações classificadas como “Super-Premiun” que são destinadas ao objetivo específico de cada animal, seja ele lazer ou pratica desportiva de “Alta Performance”.

Idealmente as rações devem ser produzidas com ingredientes nobres, pré-selecionados por análises de laboratório rigorosas. As rações para cavalos devem passar por controle de qualidade antes de serem enviadas aos consumidores.

Uma vez que a ração se encontra nos Haras, Fazendas ou Hípicas, nas mãos das pessoas que vão alimentar os cavalos, existem umas series de cuidados necessários para manter o produto em bom estado de conservação.

Os depósitos de armazenagem devem ser secos, bem ventilados com boa entrada de luminosidade e preferencialmente com pé direito alto. Os sacos devem ser armazenados sobre “pallets” de madeira que tenham pelo menos 20cm de altura em relação ao chão, devem ficar afastados aproximadamente 50cm das paredes dos depósitos. O telhado de ser monitorado constantemente. Em dias de chuva, deve se ter cuidado para que a embalagem não entre em contato com água antes de adentrar no depósito. A recomendação do fabricante é sempre manter a ração dentro da embalagem que ela foi produzida, por isso deve-se ter cuidado especial com a preservação da mesma.

Uma vez que o saco “molha”, ou recebe grande carga de umidade durante a armazenagem, há grande chance do desenvolvimento de fungos ou bolores, que podem ser observados nas paredes dos “pellets” (nos grãos da ração)  de ração de várias cores, mais comumente tonalidades de verde ou mesmo branco. É importante que a ração deteriorada não seja fornecida aos eqüinos, pois podem causar cólicas de gravidade variada, de acordo com a sensibilidade de cada animal, podendo levar ao óbito.

Recomendamos atenção especial á todos os alimentos que são oferecidos aos cavalos. Uma boa dica é olhar bem em ambientes com luz solar, além de utilizarmos nosso olfato e principalmente o bom senso.

Artigo realizado pelo Dr. Marcelo Silva, Gerente de Produtos da Royal Horse e Especialista em Nutrição Eqüina.(fonte)