1 de julho de 2010

Guloseimas Dificultam Treino dos Cavalos

Os cavalos jovens podem ser mais facilmente ensinados se forem temporariamente privados de coisas doces. É o que demonstra um estudo da Universidade Estadual de Montana. Uma mistura comercial composta por milho, aveia, cevada e açúcar de cana, confere aos cavalos um aspecto luzidio e uma disposição muito viva, que pode ser atraente para eventuais compradores, refere a nutricionista da Universidade, Jan Bowman, mas, acrescenta, a energia suplementar que este alimento proporciona ao animal torna o treino precoce mais difícil, porque os cavalos ficam mais desobedientes e medrosos do que aqueles que apenas comeram forragem. Os que ingerem a comida doce levam mais tempo a resistir à sela e a dar coices.Leia em "Mais Informações"...
O primeiro treino, que habitualmente dura 30 dias, dá aos cavalos os ensinamentos que vão sustentar os treinos posteriores, diz ainda Bowman. Eles aprendem a mover-se para os lados seguindo um comando, por exemplo. Aprendem a mover-se para a frente e em qualquer outra direcção.
No trabalho, que deverá ser enviado ainda este ano à revista Journal of Animal Science, um dos autores, Wade Black, escreve que “Os resultados sugerem que quem tem constrangimentos de tempo poderá acelerar os primeiros treinos se restringir os alimentos muito calóricos.” Wade Black, que é treinador e um dos estudantes de doutoramento da faculdade teve a ideia de fazer esta investigação quando frequentava as aulas de nutrição animal da Professora Bowman e ambos conduziram o estudo durante o Verão de 2007. Os resultados foram agora apresentados na Sociedade Americana de Ciência Animal mas Wade Black ainda está a analisar dados para ver como a alimentação influenciou os níveis de adrenalina durante os treinos.
O estudo envolveu 12 cavalos da raça “Quarto de Milha” (Quarter Horses) que foram treinados durante três semanas, cinco dias por semana. Metade dos cavalos comeu apenas forragem, numa mistura de erva com alfafa. Os outros tiveram um suplemento de grão com açúcar. Ambos os grupos comeram a quantidade de comida e água que quiseram. Cada cavalo usou um pedómetro na pata esquerda da frente, preso com uma ligadura acima do joelho. Cada animal foi ainda monitorizado quanto às calorias e frequência cardíaca durante o treino.
Wade Black treinou os cavalos trinta a quarenta minutos por dia, sem saber quais os cavalos que estavam a receber alimentação enriquecida. Depois, aluno e professora registaram as frequências cardíacas e número de passos de cada animal durante o treino. Além disso atribuíram pontuações a comportamentos como a obediência.
O que verificaram é que os cavalos que comiam alimento doce mostravam mais ansiedade quando eram separados do grupo. Eram também menos submissos do que os que apenas comiam forragem.
Isto não significa que os tratadores devam retirar o alimento mais calórico aos cavalos, mas apenas considerar reduzi-lo durante a primeira fase de treinos. Wade Black diz que não quer dar a ideia de que se deve fazer os cavalos passar fome de forma a torná-los mais obedientes e dóceis, simplesmente os primeiros treinos, que são fundamentais em toda a aprendizagem posterior, poderão ser mais fáceis se a alimentação constituída por grão e melaço for reduzida nesta fase.
Além disso, acrescenta o autor, todos os cavalos envolvidos na experiência aumentaram de peso durante a mesma, quer os que receberam doces, quer os que apenas comeram forragem.