21 de janeiro de 2010

Vacinação e Vermifugação de Equinos

Novamente abordamos o tema vacinação e vermifugação de equinos , tendo em vista inúmeras solicitações sobre o tema . No que diz respeito à saúde do cavalo, um dos pontos de extrema importância é o calendário de vacinação e vermifugação. Daí a necessidade de um eficiente cronograma de vacinação e desverminação, para que sejam evitadas muitas doenças graves, como o tétano e cólicas verminóticas, por exemplo. Mais do que apenas vacinar, um programa de controle e prevenção de doenças infecciosas deve também visar à redução da quantidade de agentes causadores de doenças no meio em que os animais vivem. Isso pode ser obtido através da higiene e limpeza. A queda da resistência imunológica do animal também deve ser reduzida ao máximo, de forma a tornar o programa de vacinação mais eficiente.Toda vacina destina-se a estimular o sistema imunológico do animal para dar a ele condições de se defender do agente causador da doença. Os microorganismos patogênicos são mortos ou atenuados tornando-se incapazes de provocar a doença propriamente dita. No entanto, eles ainda contêm os antígenos, que ao serem introduzidas no organismo estimulam a produção de anticorpos específicos, levando à imunidade contra aquele agente patogênico. Dessa forma, ao ser defrontado com a doença, o animal não apresentará sintomas clínicos, ou os terá de maneira muito atenuada. Em um estabelecimento eqüestre, a vacinação é obrigatória. Ela tem baixo custo, facilidade de aplicação e baixa incidência de efeitos colaterais.A infestação parasitária é um sério problema de saúde para cavalos de todas as idades. O organismo do cavalo serve de hospedeiro para muitos parasitas. As larvas dos vermes podem ser encontradas nas pastagens, estábulos, cocheiras e em qualquer outro local contaminado com fezes de eqüinos (embora algumas larvas possam ser transportadas por insetos).Devemos dar a devida importância aos prejuízos causados tanto ao animal quanto ao proprietário. Isso acontece porque os vermes acabam competindo com o cavalo pelos nutrientes de sua dieta, levando-o a uma diminuição de performance e capacidade. Os vermes adultos pela sua ação traumática nas mucosas causam gastrites e enterites, prejudicando a assimilação e digestão dos alimentos, levando assim os animais ao mau desenvolvimento no trabalho, reprodução e crescimento. As doenças infecciosas podem ser transmitidas de um indivíduo para todo o grupo, ou mesmo a uma população inteira. Exemplo famoso na Eqüinocultura são os surtos periódicos de influenza, que se espalham em questão de dias por hípicas e principalmente Jockey Clubs, interrompendo o calendário de provas e causando prejuízos a indústria do cavalo.O sucesso da vacinação depende da interferência dos seguintes fatores:· Estresse por transporte, temperatura, super população, etc;· Desafio alto: Presença da doença no local· Manejo dos eqüinos: Nutrição, endo e ectoparasitos, higiene local· Condições individuais do animal: Sem doenças incubadas, sem interferência de anticorpos maternos, sem imunossupressão;· Qualidade das vacinas utilizadas· Programa de vacinação· Antígeno (qualidade)· Da massa antigênica (quantidade)· Do adjuvante· Da conservação· Da via de administração· Da sanidade animalA maioria das vacinas de importância em eqüinos aqui no Brasil são feitas contra aquelas doenças causadas por vírus, com exceção do tétano. Existe uma “vacina” contra garrotilho – na verdade uma bacterina, pois o garrotilho não é causado por um vírus, mas por bactéria. Outra vacina muito mencionada na literatura estrangeira, mas pouco conhecida no Brasil, é aquela contra a erlichiose monocítica dos eqüinos, ou “febre do rio Potomac”, causada pela Erlichia risticii.Apenas um animal saudável tem condições de desenvolver imunidade como conseqüência de uma vacinação. Por exemplo, um cavalo portador de infestação parasitária intensa, ou em estado febril, poderá estar sofrendo um estresse físico excessivo, que não lhe permitirá responder à vacinação.Potros são sujeitos a problemas peculiares relacionados à vacinação, pois a imunidade passiva recebida pelos mesmos através do colostro poderá interagir com a vacina administrada, causando a inativação da mesma antes que ela tenha estimulado o sistema Imunológico do potro. Portanto, uma vacina dada demasiado cedo poderá ser ineficiente, enquanto que aquela administrada muito tarde poderia deixar o potro desprotegido contra a doença durante aquele período intermediário. A freqüência de doenças infecciosas tende a crescer proporcionalmente ao número e concentração de animais num estabelecimento eqüestre. Não apenas a introdução de novos cavalos, com as viagens para exposições e provas podem causar problemas.Nos haras, a vinda de cavalos de terceiros, a mistura de animais de diversas faixas etárias e o número elevado de potros – sempre mais sensíveis a doenças infecciosas – e de éguas prenhes causam diversos problemas especiais. Problemas estes que relevam a importância dos princípios do controle sanitário de doenças infecciosas.Por exemplo, é importante que todos os animais sejam separados por categoria e faixa etária. Potros desmamados, cavalos jovens, cavalos em treinamento e éguas visitantes deveriam ser mantidos inteiramente afastados das éguas e potros dos haras.Animais recém adquiridos devem ser submetidos ao teste de AIE, ser desverminados e também receber todas as vacinações indicadas, antes de se permitir que sejam misturados ao resto do plantel.Qualquer cavalo suspeito de doença infecciosa deve ser isolado por ao menos dez dias após o desaparecimento dos sintomas. Isso deve ser feito para minimizar o risco do contágio de outros animais suscetíveis.Além disso, medidas rigorosas de limpeza e desinfecção de pessoas e equipamentos em contato com animais doentes são necessárias antes que essas pessoas e objetos entrem em contato com animais sadios, a fim de evitar o risco de contágio.Os programas de controle devem preferencialmente ser adaptados à situação em particular do estabelecimento eqüestre. O princípio de toda vacinação é administrar uma dose inicial que deve ser seguida de reforços a intervalos regulares, cujo tamanho depende do tipo de vacina e da resposta imunológica a cada uma das mesmas.Quando possível, a vacinação simultânea de todos os animais de um plantel irá elevar o nível de imunidade daquele grupo de animais, bloqueando a transmissão da infecção. Agindo dessa forma, será conferido também um nível maior de proteção aqueles cavalos cujo sistema imunológico – por uma fraqueza característica ou transitória - não corresponde á vacinação com boa produção de anticorpos.Deve-se atentar a estocagem das vacinas, seguindo o preconizado pelo fabricante no tocante à temperatura e prazo de validade.As principais vacinas a serem dadas nos cavalos devem ser aquelas que protegem contra as seguintes doenças: Tétano, Encefalomielite, Influenza equina, Rinopneumonite. Raiva, Leptospirose e Garrotilho em regiões endêrnicas.Uma vacina muito utilizada aqui no Brasil é aquela que imuniza simultaneamente contra as seguintes doenças: Tétano, influenza e encefalomielite (conhecida como “tríplice”). É importante atentar, porém, que a mesma não protege contra a rinopneumonite. · Para exportação de cavalos são exigidas algumas vacinações que variam de país para país, mas que no geral são algumas dessas citadas.· Lembrando sempre que o programa de vacinação é variável conforme a finalidade e ambiente onde o animal vive.· Lembrando sempre que somente um Médico Veterinário tem a capacidade de escolher as vacina adequadas e aplicá-las no momento ideal, de forma segura e eficiente.

Ao enfocarmos o tema parasitologia de eqüinos na atualidade, devemos ter a percepção de que, em termos de danos causados aos animais e prejuízos aos proprietários, todos os parasitas apresentam sua importância.Além dos parasitas já conhecidos e combatidos, outros antes considerados insignificantes, como por ex. os Anoplocefalóides, hoje em função dos crescentes conhecimentos adquiridos nesta área de estudo, despertam para uma maneira diferente de pensar.Segundo uma distribuição mundial dos parasitas de eqüinos, guardadas as variações sazonais nos países de clima temperado, as infestações por todo e qualquer parasita são constantes, e raramente encontram-se aquelas causadas por um parasita isoladamente, mas sim por uma associação deles.A estratégia mais eficaz é a associação de drogas, de maneira a obtermos um espectro de ação mais amplo, que possa ser utilizado com eficácia nos habituais e reconhecidos programas estratégicos de controle de parasitas, tanto em potros, quanto em éguas ou garanhões.Existem vários fabricantes de vermífugos bastante conhecidos. Quase todos eles se apresentam em bisnagas com conteúdo pastoso ou em forma de gel. Estas bisnagas possuem graduação indicando a dosagem de acordo com o peso do animal. Existem vermífugos com cinco tipos básicos de drogas anti-helmínticas: benzoimidazóis (mebendazol, thiabendazol, canbendazol, fenbendazol, oxfendazol e oxibendazol); organofosforados (dichlorvos e trichlorfon); piperazinas (associadas ou não ao dissulfeto de carbono e a fenotiazínicos); carbamatos (pamoato de pirantel e tartarato de pirantel) e ivermectina. A aplicação varia de acordo com o peso, idade e período gestacional no caso das éguas. A vermifugação de potros deve-se iniciar aos 60 dias e doses consecutivas a cada 2-3 meses. Recomenda-se a mudança de base a cada 3-4 aplicações, consistindo em uma rotação média.Para animais adultos recomenda-se a repetição das doses 3-4 meses. A Mudança de base deve ser feita a cada 3-4 aplicações para evitar o surgimento de resistência dos parasitas. A realização de um exame parasitológico de fezes (O.P.G) indicará se a base utilizada está sendo eficiente e se há uma nível alto de infestação que indicará a necessidade de alterar esse calendário profilático.Em animais que não são vermifugados a muito tempo deve-se utilizar primeiramente uma dose menor e o restante da dose a 20 dias, para evitar que os parasitos obstruam a luz intestinal, principalmente em animais jovens.

Rodrigo Arruda de Oliveira – Médico Veterinário Autônomo – CRMV/GO 3083