16 de dezembro de 2009

As Contribuições da Equoterapia na Educação Inclusiva

A política da educação inclusiva abre uma nova perspectiva como forma de valorizar o indivíduo para torná-lo um ser integrado na sociedade. Partindo deste pressuposto, a família é premissa básica onde se constitui o primeiro grupo social, que na história da humanidade nos remete à condição do "Ser" na relação homem-mundo, que se faz a cada dia. Com isso, a proposta educacional deverá estruturar-se como forma de ação-reflexão-ação, para atender às necessidades de todos indistinta-mente. Nessa perspectiva, gerada pela proposta de educação inclusiva, o direito da pessoa deficiente, à educação, está implícito na Declaração Mundial de Educação pa-ra Todos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1990 e que, por sua vez, inspirou o Plano Decenal de Educação para Todos . A integração da criança especial no contexto escolar não é um processo rápido, mas um desafio para ser enfrentado por todos educadores, como uma forma de ofe-recer oportunidades às pessoas especiais para satisfazer os seus desejos e anseios, exercendo seus direitos na sociedade. As bases do movimento de inclusão estão con-tidas no texto da Declaração de Salamanca (1994) que propõe: ...cada criança tem o direito fundamental à educação e deve ter a o-portunidade de conseguir manter um nível aceitável de aprendiza-gem, cada criança tem características, interesses, capacidades e neces-sidades de aprendizagem que lhes são próprias, os sistemas de edu-cação devem ser planejados e os programas educativos implementa-dos tendo em vista a diversidade destas características e necessida-des, as crianças e jovens com necessidades educativas especiais de-vem ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar a-través duma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro dessas necessidades, as escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, constru-indo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos, a-lém disso, proporcionam numa educação adequada à maioria das crianças... É sabido que a escola regular, dentro de uma visão inclusiva, ainda incipiente no país, proporciona a criança especial o meio de desenvolver-se na diversidade com as diferenças. Para isto, a capacitação de professores é imprescindível dentro desta proposta, para que o professor esteja atento às peculiaridades desse aluno, não subes-timando pelas suas condições físicas, mas aplicando uma metodologia que atenda as necessidades de todos sem implicar em "exclusão" na inclusão. Nesse processo de educação inclusiva que tanto se fala, gostaria de destacar que na formação desses pequenos cidadãos, se faz necessário uma visão do viver na diversidade e com o espírito solidário; despertando nos alunos "ditos normais" sua importância na vida do colega especial, sendo também, referencial para a aprendiza-gem por imitação, repetição e criatividade, fatores preponderante como forma moti-vacional na criança especial, para o seu desenvolvimento, buscando desempenhar-se no contexto sócio-educacional, conforme as ações que o meio lhe oferece, respeitan-do o seu limite e tempo de cada aluno. Quando abordo a questão do limite e tempo de cada aluno, estou consideran-do que o aluno especial é capaz desenvolver-se e superar seus limites. Mas, para isso, é importante entender que o processo educacional requer o comprometimento da família e da escola, cabendo ao professor o conhecimento desempenhar-se nesta mis-são tão importante para as conquistas das crianças especiais. Segundo (OLIVEIRA, 1997,p. 12) Muitas das dificuldades apresentadas pelos alunos podem ser facil-mente sanadas no âmbito da sala de aula, bastando para isto que o professor esteja mais atento e mais consciente de sua responsabilida-de como educador e despenda mais esforço e energia para ajudar a aumentar e melhorar o potencial motor, cognitivo e afetivo do aluno. A proposta da educação inclusiva é de suma importância, a qual deve rever conceitos na matriz curricular, com abrangência na especificidade de cada deficiência, dando aos professores, na sua formação condições para efetivamente abraçar a edu-cação inclusiva. Com isso, a abertura de espaços para o novo com vista as tecnologias assistivas, imprescindível na vida da criança especial, possibilita na relação profes-sor/aluno uma relação de fidelidade, tão necessária para o desenvolvimento global da criança. Desde os tempos mais remotos o cavalo faz parte da vida do homem; a sua u-tilização como recurso pedagógico, cinesioterapêutico, psicoterapêutico e inserção social não é uma descoberta recente. A equoterapia é um método complementar e interdisciplinar que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem nas áreas de educa-ção, saúde e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas por-tadoras de deficiência e/ou necessidades especiais. A utilização do cavalo está embasado no seu movimento cadenciado, ritma-do, oferecendo ao cavaleiro e amazona "especiais" estímulos sensoriais e psicomoto-res. Este indispensável recurso para a prática equoterápica, congrega profissionais das mais diversas áreas, possibilitando assim desenvolver um programa que atenda as necessidades da criança por um todo, considerando a motivação e criatividade, como grandes aliadas para esta proposta educacional. Aplicada nos países europeus há mais de 30 anos este método contribui no de-senvolvimento global da criança, facilitando dentre outros fatores, trabalhar a sua função manual. O crescimento desta atividade no país vem possibilitando as pessoas com necessidades especiais uma melhor qualidade de vida. Segundo Hubert Lallery (1996 p.98 ) "A equoterapia é um dos raros métodos, talvez o único, que permite vivenciar-se tantos acontecimentos ao mesmo tempo, simultaneamente, e no qual as informações e reações são também numerosas." As contribuições significativas na prática da equoterapia, favorecem para a superação da dicotomia educação x saúde e vem requerer um planejamento e im-plementação sistematizadas na proposta educacional; possibilitando na interação com o meio e a natureza, o desenvolvimento de atividade na educação física, contri-buindo, assim, para melhora na coordenação motora, alinhamento postural, raciocí-nio lógico-matemático, auto-estima, atenção, concentração, estimulação sensório-motora, noção espacial, esquema corporal; oportunizando a criação de estratégias para uma proposta pedagógica que considere o sujeito na sua complexidade. Para o entendimento desses ganhos na equoterapia, é importante considerar que para (OLIVEIRA, 1997,p.16) .O sistema nervoso coordena e controla todas as atividades do orga-nismo, desde as contrações musculares, o funcionamento de órgãos e até mesmo a velocidade se secreção das glândulas endócrinas. Integra sensações e idéias, opera os fenômenos de consciência, interpreta os estímulos advindos da superfície do corpo, das vísceras e de todas as funções orgânicas e é responsável pelas respostas adequadas a cada um destes estímulos. O estímulo proporcionado na prática equoterápica oferece à criança especial, inserida na rede regular de ensino, um trabalho interdisciplinar, nos aspectos da e-ducação, saúde e promoção social, com possibilidades de um novo olhar para o mundo que a rodeia, ultrapassando os portões escolares, pois, permite a criança o contato com a natureza, participando de trilhas sob o dorso de um cavalo, conquis-tando novas formas de aprendizagem, possibilitando fazer uma educação corporal para melhora nas funções motoras, sem negar a importância da educação ambiental, facilitando assim, o seu desempenho em sala de aula e propiciando torná-lo cada vez mais independente e sujeito integrado. Nesse processo de construção e mudanças de paradigmas, busca-se desenvol-vimento de atividades que atendam à expectativa educacional da criança e da famí-lia. Com isso, a atividade promove momentos de ludicidade durante a prática equo-terápica, possibilitando o seu aprendizado de forma prazerosa. A maturação está relacionada à interação da criança com o meio, assegurando, assim, que todas as cri-anças têm a capacidade de aprender e, se são motivadas e estimuladas aprendem muito mais. Segundo VYGOTSKY apud BRAGA, 1995, p.85) " todo o processo edu-cacional pode ser descrito como criação de novas formas de comportamento" e que "a educação de uma criança deficiente não difere, em princípio, da educação de uma criança normal". Partindo desse ponto de vista, considero que o currículo escolar deverá ser apropriado às necessidades do aluno, possibilitando assim, a construção de esquemas motores para trabalhar suas potencialidades e despertar suas habilidades para uma motricidade eficaz para a construção da escrita. Estes ganhos, proporcionados pelos movimentos rítmicos do passo do cavalo, implicarão no desempenho pedagógico da criança que apresenta dificuldade: características de déficit de atenção, concentração e comprometimento na coordenação motora, lateralidade, sendo uma atividade coad-juvante na vida escolar da criança especial. Para Brito (2000, p.37): Trabalhar com criança é sentir-se um pouco criança... é possuir a ca-pacidade de se doar...trabalhar com criança especial é despertar nelas o prazer de ser criança... é fazê-la descobrir sua própria existência...desfrutar as etapas de sua vida...é viver cada momento. O conhecimento prévio da criança é bastante significativo, e deve ser conside-rado pelo professor para o seu aprendizado, o qual está relacionado à família, escola e sociedade. Desta forma, abre possibilidades para que a criança aprenda a aprender. Diante disso, o professor deverá ficar atento nesse momento tão significativo da cri-ança. À medida que, a criança é estimulada, motivada, ela apresenta resposta para novas conquistas e aprendizados. A família é o primeiro grupo social com o qual a criança convive. Neste con-texto deve caminhar juntamente com a escola, para o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, linguístico e social. Na tríade: família, escola e equoterapia integram-se a proposta pedagógica, a qual estabelece uma relação harmônica na área da educação. Neste feedback da família, permite o acompanhamento de forma sistematizada no processo de construção e formação para o aprendizado da criança de forma integrada com a escola. Para Brito (2000, p. 53): Geralmente quando nasce uma criança, há quem diz: é a cara do pai... outros acham que é a cara da mãe...Mas, quando nasce uma criança especial, poucos se arriscam a dizer com quem se parece, porém, sem dúvida é a cara da família e o corpo da sociedade. É imprescindível o envolvimento da família neste exercício, pois, o seu com-promisso de educadora está relacionada, diretamente com a realidade de seu fi-lho/aluno, possibilitando grandes ganhos psicomotores somados com o aprendizado escolar. Para isto, a escola precisa estar aberta para que o êxito com a educação inclu-siva, se torne efetivamente uma realidade, com a adequação curricular atrelada às instituições que prestam seus serviços nas mais diversas áreas, possibilitando, assim, que todos façam parte deste contexto para tornar um ser integrado na sociedade. O acompanhamento da criança especial na rede regular de ensino paralelo as suas atividades psicoterapêuticas, convencionais, destacando entre elas - a prática de equoterapia, vem proporcionando melhoras significativas nas funções motoras das crianças, o que confirma o crescimento da equoterapia no Brasil, através de Associações e Centros. A Associação Bahiana de Equoterapia, em parceria com as institui-ções: Exército Brasileiro (19º- Batalhão de Caçadores), Polícia Militar (Esquadrão de Polícia Montada) e Centros Hípicos (Escola Equitação Equoterapia Jaguar), amplia as atividades extra curriculares da criança, dentro de um trabalho conjunto de cunho social. Neste aspecto, o fortalecimento de políticas públicas está buscando cada vez mais dar um enfoque no contexto que envolva a família, o meio social, valores, onde todos fazem parte do processo educacional com vista a responsabilidade social. De acordo com (CARDOSO,1997.p.18) O modelo ecológico em educação especial teve início na Europa, no início da segunda metade deste século. O enfoque da educação se-guindo este modelo era na saúde em vez de na doença, no ensino em vez de no tratamento, e na aprendizagem em vez de tentativas de mu-dar a personalidade." (CARDOSO,1997.p.18 in Ministério da Justiça). Esta proposta inovadora, para a prática da equoterapia, possibilita a criança especial, fazer uso de um ambiente, articulada com a proposta pedagógica da escola, que perpassa pela transversalidade. As crianças inseridas no programa, com o acompanhamento interdisciplinar, vêm o cavalo atendendo as suas necessidades na espe-cificidade, ao tempo em que acompanham outras crianças que praticam o hipismo clássico, modalidade esportiva, onde todos passam a fazer parte de um ecossistema, reconhecendo assim, o indivíduo com cultura e valores próprios no contexto no qual está inserido. Portanto, de acordo com GOMES: Para uma criança aprender, seja o conteúdo dado na escola, seja uma regra do jogo, um relacionamento com os colegas, com a professora, com os pais, seja uma história, um desenho ou um filme na televisão, ela precisa do funcionamento de um conjunto de características que agem integralmente. Estas características são orgânicas, motoras, cognitivas, emocionais, sociais e metodológicas. (GOMES, 2004. p.87 ) É na diversidade que se constrói uma sociedade igualitária. A escola com uma proposta pedagógica vem atender as necessidades de todos, envolvendo a comuni-dade e as organizações que prestam assistência especializada. Para isto, é preciso levar em consideração as potencialidades destas crianças, que são identificadas na prática equoterápica, para proporcionar-lhes um ambiente promissor de novas construções e aprendizagens, motivando-as, dando-lhes um no-vo conhecimento de mundo, para a superação de seus limites. Com isso, a educação inclusiva coloca em alerta onde fiquemos atentos para acompanhar o processo de construção da criança especial, e não marginalizá-la. Face ao exposto o comprometi-mento físico da criança jamais pode ser associado a uma situação de impossibilidade de aprendizagem. A realização da atividade prática da equoterapia possibilita trabalhar a criança de forma individualizada e/ou em grupo com o suporte psicoeducacional e terapêu-tico, com isso, esta proposta visa um olhar mais crítico da realidade de cada aluno especial, dando ao professor no momento escolar, melhor direcionamento na práxis pedagógica. Esta dinâmica, exige um acompanhamento interdisciplinar prevendo as adaptações, estabelecendo assim, um programa para atender às necessidades especí-ficas de cada aluno. Com isso, considero que a proposta da educação inclusiva envolve diversos segmentos da sociedade com um compromisso único, traçando novos caminhos para a quebra de paradigmas, apresentando um novo modelo nas questões sócio-educacionais. Neste contexto, as crianças de hoje serão adultos amanhã com um novo signi-ficado do viver na diversidade, sob a influência do ambiente social e cultural, que contribui para a formação de traços psicológicos das crianças integradas na educação inclusiva para sua formação profissional. Em entrevista, Sassaki afirma: "a inclusão profissional está apenas começando, por iniciativa de algumas poucas empresas, geralmente multinacionais, ou seja, in-fluenciadas pela prática inclusivista já adotada por essas mesmas empresas em seus países de origem – os Estados Unidos, por exemplo." Para isso, se faz necessário pensar na criança de hoje com projeção no futuro, considerando que a base educacional é fundamental para o seu crescimento. Esses mecanismos para a inserção da criança especial na rede regular de ensino são com-pensatórios da educação inclusiva, que provém da participação da família e da co-munidade, contribuindo de forma solidária, para a funcionalidade da equoterapia, como uma proposta ecológica curricular comunitária-participativa. As comprovações da eficácia da equoterapia na práxis pedagógica, justificam–se que tê-la como coadjuvante no programa curricular, vai beneficiar substancial-mente a criança especial, na condição de mediadora e facilitadora no acompanha-mento pedagógico. Ao sentar-se no centro de gravidade do cavalo, a criança especial recebe uma gama de estímulos sensoriais e proprioceptivos possibilitando aquisições psicomoto-ras. O cavalo andando a passo proporciona uma mobilidade pélvica na criança, rea-lizado ajustes tônicos que favorecem diretamente para o desempenho de forma glo-bal o que contribui para suas funções bimanuais e o aprendizado pedagógico. Para Severo (2006,p. 143) [...] essas funções do sistema nervoso humano, psicológicas e sociais podem ser desenvolvidas em equoterapia – utilização do cavalo co-mo instrumento terapêutico – (horse tool). Com programas educacio-nais, de ensino e aprendizagem centrados na criança e integrados com os princípios e fundamentos da equitação básica, podem ser tra-tadas crianças com dificuldades de aprendizagem por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, na qual deverá estar incluída uma pedagoga ou uma psicopedagoga competente. O programa de-verá estar sempre em parceria com a família e com os outros profes-sores da escola em que a criança estiver estudando. As crianças com suas funções motoras deficitárias e movimentos involuntá-rios, o seu desempenho motor é afetado refletindo diretamente na escrita. Com isto, a prática da equoterapia, realizada de forma prazerosa seguindo um programa estabe-lecido pela equipe interdisciplinar, vai intermediar e contribuir nas atividades escolares. Cabe-nos uma reflexão: A equoterapia pode ajudar na ação pedagógica? Ao questionar Severo (2006, p. 143) afirma que: Para se entender os benefícios psicomotores da equoterapia no ser humano e principalmente, na criança, há necessidade de se estabele-cer, à priori, que o ser humano é um produto filogenético, ontogenético e cultural, sendo o sistema nervoso, os estados psicológicos e as situações sociais, os grandes responsáveis pelas aquisições da apren-dizagem e dos desempenhos comportamentais. Em segundo lugar, há necessidade de se entender que o desenvolvimento psicomotor an-tecede o desenvolvimento cognitivo e emotivo, segundo vários auto-res. Os fatores psicomotores distribuídos pelas unidades funcionais de Luria são apresentados como circuitos dinâmicos auto-regulados, construídos segundo o princípio da organização vertical das estrutu-ras do cérebro e dependentes de uma hierarquização funcional e afe-tiva, que ocorre em todo o desenvolvimento da criança. Todos os en-gramas psicomotores reunidos funcionalmente compreendem uma complexa constelação psicomotora, pois cada um contribui, particu-larmente, para a organização global do sistema funcional psicomo-tor... Educar é ajudar o ser humano com os princípios e os fundamen-tos do ensino e da aprendizagem, informal e formal, na família e na sociedade, a transformar-se pelo crescimento e pelo desenvolvimento biopsicossocial em um cidadão com liberdade, felicidade e paz. Nesta condição, as contribuições da equoterapia na educação inclusiva, pro-movem a motivação para os outros alunos, a experimentação em estar no dorso de um cavalo, onde o objeto de desejo com fins psicoterapêuticos para as crianças espe-ciais passa a despertar nas crianças "ditas normais", a utilização do mesmo com fins esportivos. Com este referencial, procuro estabelecer esta relação possibilitando a-través da experimentação, da integração e percepção como uma forma de conviver com as diferenças e entender as necessidades do outro, respeitando-os na relação homem-mundo que se encontra e se constrói nos aspectos de forma interpessoais e intrapessoais. É um momento significativo na vida da criança: de descoberta, aproximação das relações, afetividade, compreensão das limitações; é a descoberta das potencialidades, de acreditar nas suas capacidades de responder aos variados estímulos sensó-rios-motores provenientes que o meio oferece. Estes ambientes facilitadores implicam na interconexão e suas influências externas, nesta modalidade de aprendizagem, sendo transformada pelo ambiente que o transforma na participação ativa, interagin-do com pessoas, objetos materiais e animais. Nesta versatilidade do currículo, a atuação prática em equoterapia, busca a-tender as necessidades da criança especial, com atividade extra-curricular, que su-plementa na proposta pedagógica, capaz de proporcionar ao aluno um ambiente aco-lhedor e significativo para o seu desenvolvimento. Com isso, as experiências trazidas do seu meio familiar e a prática de equoterapia, contribui, assim, com a melhora na coordenação motora fina, equilíbrio postural, desempenho nas atividades escolares, melhora na escrita e maior socialização. Este trabalho relaciona-se com a minha prática em equoterapia, atuando há 16 anos, com conhecimentos adquiridos com participação de cursos promovidos pela Associação Nacional de Equoterapia, Brasília, leitura de artigos, livros, seminários, revistas, participação no Congresso Internacional de Equoterapia dentre outros re-cursos áudio-visuais e a minha formação acadêmica, tão importante para a compre-ensão da sistemática aplicada na proposta da educação inclusiva, considerando a e-quoterapia um recurso tecnológico para a prática educativa e desenvolvimento da psicomotricidade na criança especial e grande aliada para o seu desempenho global. O método foi introduzido no Brasil em 1989, através da Associação Nacional de Equoterapia com o propósito de incentivar também a implantação de associações estaduais; a sua nomenclatura é diversificada em diferentes países como: equoterapi-a, equinoterapia, equitação terapêutica, hipoterapia. "Equo" origina-se do latim "e-quus", é de suma importância enfatizar que o cavalo pertence à ordem dos perisso-dálitos, da família dos eqüídeos, da sub-família equínea na qual se encerra o único representante atual do gênero equus, que é a espécie "caballus" ou seja, o cavalo propriamente dito como é hoje em dia; Terapia vem do grego "therapeia", parte da medicina que trata da aplicação de conhecimentos técnico-científicos no campo da reabilitação e ou/reeducação. (CIRILLO, 1991, p. 1).

Maria Cristina Guimarães Brito