19 de novembro de 2009

A Equoterapia no Ponto de Vista Psicológico

O cavalo hoje é grande destaque como instrumento de reabilitação e educação. Este se transforma em um personagem na vida da criança, do praticante, passando então a ser um ponto de contato sedutor com o mundo que o rodeia. A equoterapia não consiste apenas em exercícios de estimulação neuromuscular, visto tratar-se de um método terapêutico que envolve o ser humano por completo. Paciente e cavalo participam ativos dos exercícios. E a equipe formada por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, instrutores de equitação, são fundamentais para conduzir e levar a bom termo a terapia ao longo do tempo. Cabe ao psicólogo conhecer todos esses profissionais que estarão trabalhando juntos de forma interdisciplinar, como o cavalo, o praticante, e todo o material empregado nas técnicas e exercícios utilizados na equoterapia. Cabe a ele conhecer também o praticante, assim identificando suas limitações e potencialidades, além de conhecer muito bem o cavalo, suas características, para obter uma visão precisa das coisas possíveis dentro do tratamento. A interação de toda a equipe permite que cada um entenda a abordagem de seu colega, possibilitando assim um trabalho associado. Toda a harmonia em equipe é muito importante, principal objetivo da atuação interdisciplinar. O psicólogo ajuda na desenvoltura da equipe, com reuniões também, para haver essa harmonia entre todos e obter um ótimo resultado no trabalho. O cavalo, como objeto intermediador, é a ligação entre o praticante e o terapeuta, entre o praticante e o adulto, etc. Aquilo que o praticante não pode vivenciar, no contato com o cavalo ele irá aprender integrar-se e utilizar na sua estrutura, na sua evolução psicossomática, melhorando a sua autonomia, independência, auto-estima, auto-confiança, objetivos dos terapeutas para com seus praticantes. O cavalo é o ser da confiança e da troca afetiva e corporal; ele dá matéria à nossa busca de identidade. Ele permanece um ser que deve ser cativado e cuja dominação passa, através dele, pela auto- estima de si mesmo. Toda a evocação do cavalo, animal-símbolo, remete a noções culturais profundamente interiorizadas. Ele se torna o nosso outro eu, objeto de nossas projeções, uma resposta viva a nossos comportamentos. Vimos o cavalo como algo que gostaríamos que ele desse para nós ou depositamos nele nossas vontades. A intensidade das sensações e das emoções provocadas pela abordagem do cavalo, conduzem o indivíduo a um confronto consigo mesmo, que é corporal e psico-afetivo ao mesmo tempo. A nosso ver, o cavalo, fonte de emoções, é a própria essência do expressivo. E, através das vibrações corporais que o corpo registra, o cavaleiro vive uma experiência que remete diretamente à sua vivência interior, assim, desabrochando, criando e realizando seu próprio bem-estar, pelo viés do cavalo, este seu outro eu. O psicólogo, trabalha o aqui-agora, o presente, sem ficar muito preocupado em achar um culpado para tal situação, claro que não iremos ignorar o passado e toda a história de vida do praticante, como também todo o histórico familiar. Não só o psicólogo mas como toda a equipe deve sempre estar atentos quanto aos comportamentos que o praticante irá apresentar, pois este nos dá valiosas informações para podermos dar seqüência e andamento no tratamento, como também o que esperamos dele no futuro(estratégia). O próprio ambiente da equoterapia irá propiciar ao praticante uma profunda comunhão entre praticante-ambiente, isto é, a natureza. Na equoterapia, não se consegue separar as funções de cada terapeuta, pois todos trabalham em equipe e claro que todos precisam obter o conhecimento de todas as áreas, para se obter uma terapia adequada em todos os programas de equoterapia ( hipoterapia,educação/reeducação, pré-esportivo). E dentro da equoterapia, esta facilita a organização do esquema corporal, a aquisição do esquema espacial; desenvolve a estrutura temporal; aguça o raciocínio e o sentido de realidade; desperta uma profunda comunhão criança-realidade; proporciona e facilita a aprendizagem da leitura, da escrita, e do raciocínio matemático; aumenta a cooperação e a solidariedade; minimiza os distúrbios comportamentais; promove a auto-estima, a auto-imagem e a segurança, também facilita e acelera os processos de aprendizagem. Todo o vínculo cavalo-cavaleiro, estabelecido desde as primeiras sessões desenvolve a afetividade, com isso obtendo-se um ganho geral de auto-confiança e auto-estima, sendo assim há um melhoramento nos outros aspectos como o senso de limite e responsabilidade, o relacionamento interpessoal e casos de timidez, retração, hoperatividade, doenças de humor e depressão, entre outras deficiências apresentam sensível progresso. Os resultados obtidos na psicologia através da equoterapia se deve ao diferencial de utilizar o animal, o que permite trabalhar mais o afeto, autonomia do ir e vir. Toda a sensação de liberdade , de se locomover é fundamental, além disso há o ganho físico proporcionado pelo movimento do cavalo e além do ganho emocional. A confiança obtida na equoterapia permite acelerar o processo de desenvolvimento de potencialidades, responsável pela integração social e pessoal do portador de deficiências ou dificuldades. Toda a prática equestre favorece ainda uma sadia sociabilidade, uma vez que integra o praticante, o cavalo e os profissionais envolvidos. O psicólogo poderá fazer orientações aos pais ou responsáveis pelo praticante, como reuniões, já que estes apresentam muitas dúvidas e expectativas sobre o trabalho. A equoterapia contribui de forma prazerosa para a aplicação de exercícios de coordenação motora, agilidade, flexibilidade, ritmo, concentração e lateralidade. Desenvolve a sensibilidade física e psíquica, na medida em que exige a constante percepção e reação frente a diversos estímulos. Assim, resultando em maior harmonia e equilíbrio físico e psíquico.

Thaís Rocha Brentegani
http://www.profala.com/artet11.htm