2 de setembro de 2009

A Seleção do Cavalo de Equoterapia

A escolha correta do cavalo de Equoterapia é fator determinante para o sucesso do Método e bom desenvolvimento das atividades terapêuticas, tendo em vista a relevância do seu papel na Equoterapia.
O plantel de um centro de Equoterapia deve ser diversificado, sendo que os animais devem apresentar um índice torácico variado além de diferentes angulações de quartela, altura e pelagem diversa. A questão fundamental refere-se ao fato de não haver uma raça ideal para a realização da Equoterapia.
A ANDE-BRASIL descreve o cavalo ideal para as atividades equoterápicas sendo como aquele de movimento rítmico, preciso e tridimensional, permitindo a todo instante entradas sensoriais em forma de propriocepção profunda, estimulações vestibular, olfativa, visual e auditiva .
No entanto, para o desenvolvimento harmônico dos movimentos e perfeita interação com o praticante, existem outras características pertinentes a serem observadas, sendo estas os aspectos morfológicos, o andamento, o temperamento e o treinamento (MATT). A análise do MATT deve seguir critérios técnicos que objetivam a qualidade do movimento e da índole.
Quanto à morfologia, o cavalo deverá ser analisado pelos aprumos, tamanho do dorso, perímetro torácico, garupa e garrote.
Entende-se por aprumos a exata direção que têm os membros, com relação ao solo, de modo que o peso corporal do cavalo seja regularmente distribuído sobre cada um daqueles membros, como posição das patas e o arqueamento dos joelhos.Os aprumos regulares permitem o correto desenvolvimento locomotor e o equilíbrio perfeito.
As características dos aprumos anteriores regulares são:
Visto de perfil; deverá partir da articulação escápulo-umeral, na sua porção mais anterior e descer paralelamente ao membro, tocando o solo a cerca de 10 cm à frente da pinça do casco(d-b). Tirada do centro de sustentação da espádua sobre os membros anteriores, passar pelo meio do braço e tocar o solo pelo meio do casco como se o dividisse lateralmente em dois(c-d).

Visto de frente; uma vertical baixada da ponta da espádua ao solo deve dividir teoricamente o joelho, a canela, a quartela e o casco em partes iguais (h)
Os aprumos posteriores devem possuir as seguintes características:
Visto de perfil; baixada da ponta da nádega, tangenciando o jarrete, tocar o solo atrás dos talões (i-j). Baixada da soldra, toca o solo a cerca de 10 cm adiante do casco (m-o). A linha baixada da articulação coxo-femural deve passar pelo centro da perna e toca o solo, dividindo o casco pelo meio(k-l).
Visto de trás; baixada da ponta da nádega ao solo e dividir, a partir do jarrete, as regiões ao meio, ficando entre os cascos uma distância igual à largura destes (p).



Quando os membros são irregularmente aprumados, os pés sofrem ruína prematura e, prejudicam os andamentos e diminuem a resistência do animal.

O equilíbrio do cavalo é verificado sempre que uma vertical baixada de seu centro de gravidade cai dentro da base de sustentação, espaço este limitado pelas linhas que ligam as extremidades inferiores dos membros.

O cavalo deve possuir um dorso mediano, de aproximadamente 1,55m de altura, facilitando assim o acesso do terapeuta e transmitem maior segurança aos pacientes quando estes são mantidos à mesma altura dos profissionais que os acompanham.

O perímetro torácico deve contribuir para o posicionamento correto do praticante e não tornar-se impeditivo aos que possuem abdução de pernas prejudicada.

A garupa deve ser de proporção intermediária: não muito horizontal nem muito vertical, situada no mínimo na linha do garrote ou preferencialmente abaixo desta, a fim de proporcionar o engajamento ideal dos posteriores e o transpistar ao passo.

O garrote deve ser saliente (sem excesso), espesso, longo (até meio do dorso) , favorecendo o movimento da coluna, e oferecendo maior segurança ao praticante quando houver desequilíbrio para frente.

O cavalo de Equoterapia deve ainda apresentar as três formas de locomoção naturais do cavalo, ou seja, um passo que deve ser diagonal, a quatro tempos, mantendo um equilíbrio bastante estável para o paciente; o trote saltado, diagonal, a dois tempos e simétrico; o galope saltado, assimétrico, diagonal, a três tempos, ambos amplos e bem diferenciados

O ideal é que o animal consiga movimentar-se de forma harmônica e eficiente, podendo distribuir o fluxo de energia (peso) de sua carga (praticante), de maneira equilibrada de forma que possa manter a vibração da energia do corpo sem oscilações ou desvios.

A personalidade do cavalo é resultante da hereditariedade, da idade, do manejo, do equilíbrio genital e endócrino de vários outros fatores inerentes a sua fisiologia

Assim é importante a identificação das reações psíquicas do cavalo frente aos estímulos do ambiente que o cerca, traduzindo sua sensibilidade e excitabilidade.

O cavalo deve aceitar a utilização de materiais pedagógicos e brinquedos de modo que não se assuste com a utilização dos mesmos e nem com gritos e reações inesperadas dos praticantes e ser tolerante quanto a rampas, cadeira de rodas, muletas e outros equipamentos utilizados por pessoas portadoras de limitações físicas. Neste sentido devem-se descartar os animais com menos de seis anos de idade, os machos não castrados e as fêmeas com cria ao pé devido à ansiedade e desconcentração freqüentemente observadas em suas atitudes.

Quanto ao treinamento, estes devem estar aptos a condução do solo aceitando o terapeuta e os auxiliares laterais, aos exercícios de volteio e flexionamentos, ao comando de voz no trabalho de guia e ainda aceitar as ajudas básicas do adestramento clássico.

Para uma análise completa , formulamos o quadro-guia abaixo contento as características gerais necessárias ao cavalo ideal para a prática da Equoterapia ;





Para dowload das tabelas solicite o link por email : equitacaoespecial@gmail.com
por Eduardo Colamarino
(Equitação Especial)